A batalha do século: autoconfiança vs medo!

Publicado em 21 de janeiro de 2024 às 21:06

Hoje, no amo: me, partilho um capítulo crucial do meu desenvolvimento pessoal: a descoberta de valiosos segredos para superar medos e inseguranças. Sempre fui curiosa e motivada mas enfrentei o desafio de desistir frequentemente das minhas ideias, enraizado na autopercepção e no medo de julgamento. Ao arriscar mais e receber feedback positivo, fortaleci a autoconfiança, aprendendo a expressar-me assertivamente. Destaco a importância de cultivar pensamentos positivos, enfrentar desafios para superar limitações autoimpostas e celebrar conquistas. Compartilho uma experiência pessoal de superação na natação e destaco a relevância de desafiar expectativas sociais e evitar comparações. No final deixo alguns exercícios práticos para fortalecer a autoconfiança, enfatizando a consistência e pequenos passos diários no processo de construção desta qualidade essencial.

Querida mulher incrível,

Hoje trago-te um capítulo significativo do meu desenvolvimento pessoal, no qual descobri segredos valiosos para superar os meus próprios medos e inseguranças, cultivar a autoconfiança e trilhar um caminho rumo ao sucesso pessoal e profissional.

Desde sempre me conheci curiosa, motivada e com uma disposição constante para aprender e inovar. Ideias criativas fluíam em mim como uma corrente incessante. No entanto enfrentava um desafio constante: muitas vezes desistia de concretizar essas ideias. Essa renúncia tinha raízes profundas, seja na autopercepção de que não iria ser capaz, seja no receio de ser julgada por compartilhar ideias que poderiam ser consideradas tolas. Com o tempo, algo dentro de mim começou a mudar. Percebi que, nas raras ocasiões em que decidia intervir e partilhar as minhas perspetivas, o feedback era surpreendentemente positivo. Contrariando os meus receios, as pessoas não apenas acolhiam as minhas ideias: também as apreciavam. Este feedback positivo foi um catalisador vital no fortalecimento da minha autoconfiança. Comecei a acreditar nas minhas capacidades, a confiar em mim mesma e a abraçar a singularidade das minhas ideias. Comecei a arriscar mais.

Quantas vezes numa reunião ou num grupo de amigos, ansiosa para partilhar minha perspetiva, sentia que as minhas palavras desapareciam no eco do silêncio? Já te aconteceu? Já sentiste o mesmo? A postura que adotamos e a forma como iniciamos a nossa intervenção desempenham um papel crucial. Ao cultivar pensamentos positivos sobre mim mesma, percebi uma transformação no modo como me expressava. A confiança aparecia em mim naturalmente, tornando a comunicação mais assertiva e impactante. Apercebi-me que neste caminho consciencioso que percorro, de desenvolvimento e crescimento, é vital compreender que não se trata de estar sempre certa ou ser a detentora absoluta da razão. A verdadeira essência reside na capacidade de expressar aquilo que sentimos, sem receios do julgamento alheio, e na disposição para absorver perspetivas diferentes. É uma dança delicada entre a nossa convicção e a humildade de considerarmos outros pontos de vista. A verdadeira força não está apenas em falar, mas também em escutar com abertura e receptividade. Ao investir no meu autoconhecimento e elevar a autoestima, descobri que os medos que me aprisionavam estavam intrinsecamente ligados à minha falta de autoconfiança. O antídoto revelou-se na coragem de abandonar a zona de conforto. Ao enfrentar desafios, permiti-me crescer além das limitações autoimpostas, revelando um potencial que antes permanecia latente.

Hoje, convido-te a refletir sobre as barreiras que te impedem de avançar. À medida que nutres a autoconfiança, permites que as tuas ideias e perspetivas brilhem. Lembra-te: a verdadeira superação reside na coragem de abandonar o familiar, abraçando o desconhecido, com confiança e determinação. Que este relato te inspire a trilhar o teu próprio caminho de autodescoberta e sucesso.

A autoconfiança é um estado de segurança e convicção nas próprias habilidades, capacidades e decisões, resultado das nossas ações e da nossa disposição para sair da zona de conforto. Ela não é apenas um traço inato, mas um resultado direto das nossas experiências e de como enfrentamos os vários desafios. Ao nos envolvermos em novas experiências, ao superarmos novos obstáculos e assumirmos os riscos, vamos construindo gradualmente a confiança de que precisamos para acreditar em nós mesmas e nas nossas capacidades.

A autoconfiança, portanto, não é apenas um estado mental: é uma qualidade que se reflete nos nossos comportamentos e nas nossas ações diárias. Ela torna-se mais forte à medida que nós nos desafiamos, superamos adversidades e percebemos que somos capazes de lidar com as demandas da vida. Ao agir de maneira corajosa e persistente, não estamos apenas a aumentar a nossa autoconfiança: estamos também a transformar positivamente a maneira como interagimos com o mundo ao nosso redor.

Os pensamentos positivos desempenham um papel fundamental no fortalecimento da autoconfiança, criando uma atmosfera propícia ao crescimento pessoal e à realização de metas. Quando cultivamos uma mentalidade positiva, abrimos portas para um aumento significativo na confiança nas nossas próprias habilidades e capacidades.

A essência dos pensamentos positivos reside na capacidade de ver oportunidades e desafios ao invés de obstáculos, e reconhecer as conquistas, por mais pequenas que sejam. Ao adoptarmos uma perspectiva optimista, construímos uma narrativa interna encorajadora que contribui directamente para uma autoconfiança mais sólida e equilibrada. Os pensamentos positivos têm o poder de inspirar acções proativas. Quando acreditamos nas nossas habilidades e no nosso potencial, sentimo-nos mais capacitados para assumir desafios. Essa atitude corajosa, por sua vez, fortalece a autoconfiança, pois cada passo dado reforça a convicção de que somos capazes de superar obstáculos.

A autoconfiança alimentada por pensamentos positivos também se reflete em nossa interacção com os outros. Ao cultivarmos uma visão positiva de nós mesmas, transmitimos uma presença confiante aos que nos rodeiam, fortalecendo relacionamentos e criando um ambiente propício ao crescimento mútuo.

Celebrar pequenas vitórias e reconhecer as nossas conquistas, por mais pequenas que sejam, são práticas que enriquecem a nossa autoconfiança. Os pensamentos positivos lembram-nos de que somos capazes de aprender, crescer e evoluir continuamente. Assim, ao nutrirmos uma mentalidade positiva, estamos, na verdade, a semear as raízes de uma autoconfiança robusta. Cada pensamento optimista é como um raio de sol que ilumina o caminho para o sucesso, guiando-nos na jornada de construção de uma autoimagem mais positiva e confiante.

O medo e a insegurança, embora compreensíveis, podem ter origem em diversas fontes, como experiências passadas, expectativas sociais e comparações com os outros. No entanto, é crucial reconhecer essas origens para, então, trilhar um caminho positivo em direção ao aumento da autoconfiança. As experiências passadas, por vezes desafiadoras, podem semear dúvidas sobre as nossas capacidades presentes e futuras. Contudo, é fundamental compreender que cada experiência molda quem somos mas não determina nosso potencial. Ao encararmos o passado como uma fonte de aprendizagem e crescimento, transformamos desafios em oportunidades e assim fortalecemos a nossa autoconfiança.

As expectativas sociais, embora possam exercer pressão, não devem definir o nosso valor pessoal. Ao reconhecer que cada pessoa tem uma jornada única, podemos libertar-nos da necessidade de ir atrás de padrões externos. Cultivar a autenticidade e viver de acordo com os nossos próprios valores é um caminho que deve ser construído para nos podermos libertar das amarras das expectativas sociais e, assim, construir uma autoconfiança mais sólida e genuína.

As comparações com os outros frequentemente resultam em sentimentos de inadequação e insegurança. Cada indivíduo é único, com as suas próprias habilidades, desafios e conquistas. Ao focarmo-nos na nossa própria jornada e celebrarmos os nossos sucessos, independentemente da sua grandeza, construímos uma autoconfiança que não depende de comparações. É crucial lembrar que o verdadeiro crescimento reside na superação de nossos próprios limites, não na procura constante de validação externa. Sabendo disso, é importante praticar a autocompaixão, aceitar as nossas imperfeições e reconhecer o valor intrínseco da nossa essência. Ao adoptarmos uma visão optimista de nós mesmas e das nossas capacidades, criamos uma base sólida que nos impulsiona a enfrentar desafios com coragem e determinação. Assim, ao compreendermos as possíveis origens do nosso medo e da nossa insegurança, e ao nos desvincularmos destes, abrimos espaço para a construção de uma autoconfiança duradoura. Celebrar as nossas singularidades, aprender com o passado e viver alinhados com os nossos próprios valores são passos essenciais para trilhar um caminho positivo em direção à confiança plena em nós mesmas.

Vou agora contar-te um episódio que se passou comigo quando era pré-adolescente. Eu era muito insegura de mim e tinha muitas dúvidas: imensas. Para além disso, a minha ansiedade fazia-me sentir tudo num nível muito acelerado e não tinha a calma necessária para parar  e pensar: viver o momento. Toda a minha vida fiz desporto e nessa altura eu adorava nadar – aliás, ainda adoro. Aprendi a nadar numa piscina perto de casa, onde era ensinado o básico. Passado algum tempo, a minha ambição era a de nadar com mais velocidade e, pouco depois, nadar mariposa. Nessa piscina pequena disseram-me, um dia, que não ensinavam mariposa e nem faziam esse tipo de treinos. Fui à procura de outra piscina e mudei para uma piscina jolímpica e com todo o tipo de ensino. Depois de me inscrever e começar a ir às aulas, chamou-me a atenção um quadro de honra pendurado nas vitrines, com os nomes e tempos record de alguns alunos. Fui saber como conseguir colocar lá o meu nome também. Meti conversa com uma professora que me levou àquele que iria ser o meu treinador: o melhor que conheço. Fui fazer provas para saber se estava apta a ingressar na turma de avançados e fui aceite. Começaram os meus medos. Por um lado, a excitação de estar a caminhar para onde queria, por outro, o medo de não conseguir, de não ser boa o suficiente, de não estar à altura. Eu não queria desiludir-me e, principalmente, desiludir quem estava a acreditar em mim naquele momento. Na minha primeira aula percebi que não tinha ritmo nem resistência quando comparada com os outros colegas, e sentia que estava a ser um empecilho na pista: estava a ser atropelada por todos. Resolvi, a mais de meio da aula sair da água, e dizer ao meu treinador que se calhar eu não estava bem naquela aula. Ele olhou para mim, olhou para o relógio e disse-me: a aula ainda não acabou, vai nadar! Eu entendi nas entrelinhas que esta era a forma dele dizer que o que sentia era normal, era o início e tinha naturalmente de dar tempo ao tempo e evoluir. Entrei na água e continuei o treino. Desta vez com o ego cheio, por sentir que teriam sido reconhecidas em mim qualidades suficientes para estar ali, e que ele acreditava em mim. Esta validação era mais importante para mim do que a minha. O certo é que com o tempo, com os anos, fui evoluindo e crescendo. Entrei em provas, travessias de rio e de mar, e era muito feliz. Todas as aulas, me desafiava e o meu grande objectivo era ser melhor que eu mesma no treino anterior. Consegui ultrapassar os medos: pelo grande treinador que tinha; e por mim, pelo tanto que queria nadar bem, e melhor. Ganhei um gosto enorme por ensinar a nada e com o apoio e ajuda do meu treinador fui tirar o curso da Federação de Natação Portuguesa, e ainda hoje dou aulas de natação, para meu orgulho! Obrigada, do fundo do meu coração, a mim e ao meu enorme treinador Pedro Brandão.

Num mundo onde as mulheres muitas vezes enfrentam desafios e expectativas que podem afectar a autoconfiança, é fundamental cultivar uma mentalidade positiva e construir uma base sólida de confiança em si mesmas. A jornada rumo à autoconfiança começa em casa, no dia-a-dia, com práticas simples e poderosas que promovem pensamentos positivos e dissipam o medo e a insegurança. Gosto sempre de convidar à acção: a acção move montanhas, ou faz-nos escalá-las. Assim, deixo aqui um conjunto de exercícios projetados para te capacitares a abraçares as tuas capacidades; enfrentares desafios com resiliência; e celebrares as tuas conquistas. Incorporares estas práticas na tua rotina diária, não vai somente fortalecer a tua autoimagem, mas também vais nutrir uma autoconfiança duradoura que te impulsionará a alcançar os teus objetivos e viveres com autenticidade. Espero que, com estas sugestões que podes fazer em casa no teu dia-a-dia, juntas possamos embarcar nessa jornada de autodescoberta e empoderamento, construindo, passo a passo, uma confiança interior que brilha em todas as áreas das nossas vidas.

  1. Diário das Coisas Boas: tira alguns minutos diariamente para escreveres três coisas pelas quais és grata; foca-te nas coisas positivas da vida, o que ajuda a mudar a perspectiva e promover pensamentos optimistas;
  2. Afirmações Positivas: cria afirmações positivas sobre ti mesma e repete-as diariamente, em voz alta, em frente ao espelho; por exemplo, "Eu sou capaz", "Eu mereço sucesso" ou "Eu sou forte“; isso ajuda a reforçar uma mentalidade positiva;
  3. Desafios Progressivos: estabelece pequenos desafios para ti mesma e celebra-os; gradualmente aumenta a complexidade dos teus desafios, à medida que ganhas confiança; celebra cada conquista;
  4. Exercícios de Respiração: pratica exercícios de respiração profunda para acalmares a mente e reduzires a ansiedade; a respiração consciente ajuda a manter a clareza mental e a lidar com situações de stress;
  5. Lista de Conquistas: faz uma lista com as tuas conquistas, por menores que sejam; com esta lista vais poder lembrar-te sempre das tuas conquistas tangíveis, do teu progresso e vai impulsionar a tua autoconfiança;
  6. Autocuidado: tira sempre um bocadinho do dia para ti – toma um banho relaxante, faz 10 minutos de yoga facial, ou qualquer actividade que te traga alegria e relaxamento.

Lembra-te, o processo de construção de autoconfiança é gradual. Consistência é fundamental, e pequenos passos diários podem levar-te a mudanças significativas ao longo do tempo.

Com amor e gratidão,

Marta Lambin

Fundadora, amo: me


Referências e agradecimentos

#1 Ao enorme Pedro Brandão: um grande muito obrigada! 😊

#2 Imagens por cortesia de:

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Comentários

Maria João
um ano atrás

Obrigada Marta por partilhares mais uma aventura e por dicas tão fantásticas, Que irei, muito brevemente, colocar em prática.